Quarta, dia 09 foi um dia de paixões: a paixão dos católicos apostólicos romanos com a chegada do Papa Bento XVI - o mosteiro de São Bento em São Paulo, no centro, nunca foi tão comentado; e a paixão dos fanáticos por futebol, mais especificamente dos rubros-negros cariocas: Flamengo versus Deportivo do Uruguai (nota de quem faz espanhol há um semestre e acha que fala horrores: V tem som de B). O Mengão deveria fazer quatro gols e o time uruguaio nenhum para a permanência na Libertadores. Não foi bem assim.
Eu via católicos fervorosos e hipnotizados gritando "Bento, Bento!" rimando com os torcedores no Maracanã "Mengo! Mengo!". Via pessoas esmagando outras, tudo por um só motivo, um só sem explicação racional. No Maraca, lia-se em certas placas: "Eu amo o Papa", e na terra da garoa os devotos vestidos com o manto rubro-negro, rezavam o Pai-Nosso.
Não entendo, do fundo do meu coração, o porquê de tanta devoção - de ambos os lados. Mas essa bossa que é coisa nossa, coisa de tupiniquim é o que nos move, é o que nos faz ser o que somos e o que nos mantêm: a fé.
O Flamengo só balançou a rede do adversário duas vezes, não adiantou. O Papa Bento XVI disse que era contra o aborto, mobilizou. Os dois casos, geraram tristeza e decepção coletiva em algumas facções.
Agora penso com os meus botões: saio do eixo Rio-São Paulo e chego à Brasília, cidade-ilha, excluída e exclusora, quarentona, caretona rock'n'roll. Quais são as paixões dos residentes dessa utopia? E suas satisfações? A vitória de 1 x 0 do Brasiliense (que é de Taguatinga) sobre o Ipatinga?
Faltam prazeres nessa cidade fria.
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4 comentários:
sabe um prazer meu daqui?
olhar a Esplanada verdinha lá de cima da Torre... aquilo é lindo. ir ao parque, sentar embaixo de árvore ou subir em uma árvore tmb é um prazer meu.
ah! prazeres tem, sabe? falta as pessoas procurarem ou sentirem.
às vezes todos ficam tão presos nessa coisa de que brasília não tem nada, só nos outros lugares que tem e não sentem as coisas. não olham pro céu na hora do pôr-do-sol e não veêm aquela mistura de cores, ou não enxergam a beleza que tem as curvas das árvores, o tanto que é lindo um ipê amarelo cheinho de amarelo.
aqui não tem futebol ou escola de samba, mas eu não sinto falat disso e talvez seja por isso que brasília seja tão perfeita e tão cheia de prazeres pra mim.
hahahaha... corta essa... muito lindo se fosse o aniversario de Brasília... nos outros 364 dias a cidade é essa coisa que a mah disse.... e disse muito bem por sinal...
eu amo brasília, mesmo ela sendo caretona rock'n'roll.
mesmo não tendo mar, mesmo um monte de coisa.
mas brasília tem um dom nostálgico. a gente sempre vai sentir falta de algo por aqui.
a gente pode ir embora. mas a volta é certeira.
a cidade só é fica sem graça pra as pessoas que não sabem aproveitá-la.
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