quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Quarta de cinzas

"Acabou nosso carnaval
Ninguém ouve cantar canções
Ninguém passa mais brincando feliz
E nos corações
Saudades e cinzas foi o que restou"





A festa da carne chegou deixando marcas pelo corpo; sinais físicos e além deles também. Talvez o que tenha mais me balançado tenha sido a volta. Um caminho que não pensei que seria tão conturbado.

O carro bateu. A porta do passageiro foi destruída e a frente do outro veículo ficou bem acabada. O cinto segurou, nenhum ferido, só um roxo na minha cintura e dores espalhadas pelo corpo para lembrar que tudo pode mudar em 1 segundo.

Afinal, se tivéssemos saído 1 segundo antes, ou depois, do posto de gasolina; se tivéssemos olhado para a outra pista, e se uma série de ‘ses’ tivesse entrado em cena, nada daquilo teria acontecido.

Não tive medo, nem fiquei nervosa, mas ontem, ao acordar e ver o céu nublado, o sorriso da minha vó e o cotidiano colorido, pensei na vida. E sentada em um meio-fio, percebi as maravilhas a minha volta e chorei. Chorei pelo sol escondido, pelas nuvens de chuva, pelos amores que vieram, pelos que foram embora, por aqueles que ressurgiram mais lindos e mais fortes, pelas dores, pelos sorrisos, enfim, por tudo....

Porque eu lembrei que as marcas da alma são bem maiores que as marcas do corpo.

** e eis que blog ressurge das cinzas....