A festa da carne chegou deixando marcas pelo corpo; sinais físicos e além deles também. Talvez o que tenha mais me balançado tenha sido a volta. Um caminho que não pensei que seria tão conturbado.
O carro bateu. A porta do passageiro foi destruída e a frente do outro veículo ficou bem acabada. O cinto segurou, nenhum ferido, só um roxo na minha cintura e dores espalhadas pelo corpo para lembrar que tudo pode mudar em 1 segundo.
Afinal, se tivéssemos saído 1 segundo antes, ou depois, do posto de gasolina; se tivéssemos olhado para a outra pista, e se uma série de ‘ses’ tivesse entrado em cena, nada daquilo teria acontecido.
Não tive medo, nem fiquei nervosa, mas ontem, ao acordar e ver o céu nublado, o sorriso da minha vó e o cotidiano colorido, pensei na vida. E sentada em um meio-fio, percebi as maravilhas a minha volta e chorei. Chorei pelo sol escondido, pelas nuvens de chuva, pelos amores que vieram, pelos que foram embora, por aqueles que ressurgiram mais lindos e mais fortes, pelas dores, pelos sorrisos, enfim, por tudo....
Porque eu lembrei que as marcas da alma são bem maiores que as marcas do corpo.
** e eis que blog ressurge das cinzas....