segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Todas as dores do mundo

Quando cheguei a encontrei com o rosto deformando, de tanto chorar. Os olhos encharcados e vermelhos, com lágrimas de sangue, pediam socorro, como um náufrago em alto-mar.

A madrugada muda, acostumada a só ouvir, passou a chorar também, bem caladinha, compartilhando a dor e angústia com Ela. Não era a primeira vez, mas tinha ânsia que fosse a última. Não suportaria mais outros travesseiros encharcados.

Ela não dizia nada. Só o corpo que lentamente ia perdendo força, até cair no sono. Enquanto Ela dormia, passei a chorar também, pensando no tanto de mágoa que a pequena carregava.

Dores suas, alheias, passadas e futuras. Todas as dores do mundo estavam lá, mesmo com aquele sorriso branco, preenchido de esperança.