sábado, 28 de julho de 2007

Um sambista na madrugada

Mais uma mancada da Globo. Entra ano, sai ano, críticas aumentam e ela não desiste.

A emissora dos Marinho tem o péssimo hábito de colocar os programas bons em horários impossíveis. Serginho Groisman é sábado às 7h da manhã ou já nas madrugadas de domingo. Quem está acordado ou em casa essa hora? Mas o besteirol continua firme e forte, às 2h da tarde...

Ontem fui dormir às três horas da manhã depois de ver o SOM BRASIL especial NOEL ROSA. Noel merece esse esforço. Relembrar o sambista, autor de mais de 300 sambas merece sempre; merece minha presença em casa em uma sexta a noite. Agora quem estava sexta à noite, de férias, em casa, para esperar passar às duas da manhã [e durar 50 minutos] o tal programa.

Eu já sabia que ia ser assim. Na primeira edição do programa, que homenageava Vinícius de Moraes foi do mesmo jeito, mas ao menos, foi uma horinha mais cedo. A segunda, o destaque era Caetano Veloso; não posso falar nada, não vi. Cantor vivo a gente acaba deixando um pouco de lado...

Maria Rita, Marcos Sacramento, Orquestra Imperial e Lucas Santanna e Seleção Natural. Gente saída do forno [nem todos, e nem tão quentes assim] relembrando o compositor de Um Pierrot Apaixonado, morto há 70 anos.

Jornalista é fofoqueiro profissional, dizem muitos; e estudante de jornalismo é palpitero de carteirinha, outros. Daí, me sinto á vontade para proclamar algumas opiniões...

Maria Rita é uma boa cantora, gosto dela particularmente, mas sua participação ontem foi tão fraquinha... Cadê Bethânia, que no projeto inicial comandaria o tributo ao personagem da Vila Isabel? Três apitos e Último desejo ficam mais poéticos com a galera da velha guarda, não tem jeito. MPB-4 e Quarteto em Cy são tão mais...Noel, não? E Conversa de Botequim? Dóris Monteiro fez a melhor versão ao meu ver....

Mas vamos aos elogios. Marcos Sacramento que tá na estrada tem tempo e ainda é pouco conhecido no cenário candango [confesso que ouvi o nome dele pela primeira vez ano passado, em um projeto de Bossa Nova do CCBB] trouxe uma delicadeza contemporânea para Meu Barracão. Gostei e gostei muito.

Lucas Santanna e a tal da Seleção Natural são novíssimos pra mim. Nunca ouvi falar. Descobri via Google que eles tocam muito no Rio de Janeiro, lá pela Lapa. Lucas é baiano e sobrinho de Tom Zé. Bem que eu senti um batuque a mais em Com que roupa? e em Palpite Infeliz. E Filosofia ficou bem bacana, tão carnavalesca quanto a trupe da Orquestra Imperial.

Ahhh!!! Essa Orquestra é show! Thalma de Freitas cantando Não tem Tradução foi uma disputa acirrada com Nina Beker e a Fita Amarela. Nota 10 pras duas. Rodrigo Amarante e Jacobina não ficam atrás e deixam os brasilienses em uma expectativa bem maior para o show da banda carioca, dia 11 de agosto, no Setor de Clubes Sul.

Apesar da hora, de poucas pessoas terem visto valeu a pena demais cantar baixinho de madrugada [para não acordar ninguém] esses sambas do saudoso mestre Noel. Mas vai ficar devendo: Tarzan, De babado e Provei. Assim é até melhor. Mais repertório para um outro programa, quem sabe, mais popular.

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