terça-feira, 10 de julho de 2007

Carta de Despedida

O que me resta nessa quinta-feira gelada de junho? Restam-me as mazelas e as mágoas que tu me deixaste.
De nada posso reclamar, eu também te traí, te apunhalei pelas costas, ou melhor, pela frente mesmo, atingindo em cheio o coração. Resolveste fazer o mesmo não é?

Quem era tua companheira, tua amiga amiga, tua mulher, caramba! Eu! Foi eu quem que sempre estive ali, foi eu quem reparei teus enganos, enxuguei tuas lágrimas, limpei teus vômitos...

E agora? Eu fico aqui então? Me lamentando por essa tua desastrosa traição... Porra, minha amiga? Não acredito que achaste que jamais descobriria...
Tua sorte é que ela é ingênua demais, não percebeu tuas segundas, terceiras intenções. Queria fazer com ela o mesmo que fizeste comigo. Bobo, juvenil, amador, vê se aprende! Muda de técnica na próxima.

Não quero mais te ver, não pelos próximos dias. Sei lá, talvez eu te perdoe, não por completo, para fazer exatamente como você fez comigo.

Some, vai pensar na vida, pensar na gente e tentar chegar a alguma conclusão; talvez seja melhor acabar por aqui mesmo, a gente tá desgastado, a gente já se cansou.

Nosso amor é pra todas as vidas, meu bem, não se preocupe, um dia, quem sabe? Talvez no futuro, talvez aqui, estaremos juntos de novo.
Sempre estaremos juntos, lembra daquele papo de eternos amantes? Sim, sim, isso existe, é a gente, meu amor...

Então ta, tchau e boa sorte nessa tua nova caminhada, e quando quiser voltar, avisa antes, só pra eu ver se realmente vale a pena...

Apesar de tudo ainda te amo (a gente acaba aprendendo a perdoar nessas histórias de amor).
Beijos e te cuida. Ah, sim! Tem um resto de frango de ontem na geladeira.

3 comentários:

Anônimo disse...

Que cada fragmento de dor seja descoberto pela palentologia em pequenos pinceladas de paciência.
Descubram, assim, quem sabe? Que outrora viveu uma mulher que soube sofrer, soube perdoar e soube amar.

Salve Jorge disse...

Quando o amor acaba
Dizem não sobrar nada
Mas na verdade a vida
Vivida
Longe de ser obliterada
Apenas padece das chagas
Inevitáveis às vicissitudes humanas
Criaturas insanas
Que insistem em ordenar-se
E lutabndo contra si mesmo
Atingem contransensos funetos
E machucam
Quem não devem
Mas ainda assim ficam as imagens
As passagens conjugadas nessa longa caminhada
Onde ninguém segue eternamente em paralelo
Nem só pela eternidade...

Marjorie Chaves disse...

Mas então... nem é a dor que realmente importa, mas mandar embora aquilo que na verdade queríamos para sempre!

Pode crer, não é o fim.

Beijos...