sábado, 20 de outubro de 2007

Sábado setembrino seco




Nessa terra tão seca que vivo, nessa grama amarelinha, com ipês roxos, com um solo marcado pelo fogo, o amor vai envergando, como as árvores do cerrado. São os tortuosos caminhos da paixão.

Vai entortando, entortando, até um dia que precisa se endireitar, mas o tempo não ajuda. É só seca e o coração seco. É o mato queimando e a fumaça nublando esse tempo confuso, que corre, que desliza pelas mãos e nem sequer diz adeus. O tempo deixa marcas para que ninguém o esqueça.

Até que chega setembro, com novas flores e novos amores. As cigarras, desesperadas gritam por água, como o solitário que grita por compaixão. Mas a compaixão é pesada e nem todos conseguem carregar esse peso.

Um belo dia a fumaça toma conta tudo, embaça e inspira nuvens carregadas. Chove, esfria e as cigarras gritam menos, o fogo cessa, a seca alivia, e aparentemente as pessoas amam mais.

2 comentários:

Salve Jorge disse...

Sábado setembrino seco
Sabes se tem brios nos ecos
Sim sabes
Tempos dos erros
Templos de desterro
Seco
Sem cor
Sem cor e ação
Mas com paixão...

Salve Jorge disse...

Salve salve minha cara..
Temos? Quem?
Agora tô curioso.. risos
Boas energias praí..
Beijos