quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Parte 2 - Quijarro e o Trem da Morte

1ª Parada – Puerto Quijarro
Calor, poeira e Zona Franca


Puerto Quijarro foi fundada por Antonio Quijarro e se conecta o resto do país com estradas e ferrovias. A mais conhecida é a que possui o famoso Trem da Morte. Quijarro é quente à beça e só tem, além do calor, poeira e uma Zona Franca marotíssima.

Lá é possível comprar José Cuervo por U$ 8, Red Label por U$ 17 e Black Label por U$ 27. Mas nem só de álcool vive a Zona Franca; produtos de beleza, como Victoria’s Secret saem por preços simbólicos e perfumes são uma verdadeira pechincha, como o Calvin Klein One por U$ 44.

Depois de comprar, chega a hora do descanso. Uma festinha com karaokê boliviano e Absolut anima o pessoal da viagem. O resultado? Muitas risadas e uma ressaca colossal no dia seguinte; dia de sair para pegar o tão famoso Trem da Morte.

O Trem da Morte
Desespero à 20 km/h


Quando me falavam sobre o Trem da Morte eu queria saber o porquê do nome. Será que era tão zela assim?

Há várias teorias em torno da nomenclatura. Uns dizem que é por causa dos assaltos que existiam há uns 30, 20 anos trás; outros especulam que é pelos passageiros que viajavam “surfando” em cima do trem e alguns ainda comentam sobre uma epidemia de febre amarela que assolou a Bolívia há algumas décadas e o trem teria se tornado transporte para corpos. Mas sem dúvida a melhor resposta que ouvi foi de uma senhora muito simpática que conheci na fila pro Trem. Quando perguntei sobre o nome ela me respondeu bem humorada: “É porque a morte demora a chegar, que nem o trem”. Hahaha! Que bem humorada, não? Não, era a pura verdade.

Esse trem, com o percurso de Puerto Quijarro até Santa Cruz, vai no máximo à 25 km/h, e na melhor das hipóteses! Escolhi o Super Pullman por ser um dos menos piores, mas tem uma galera que gosta de aventura e se arrisca em uns mais populares, porém, eu não recomendo. Além de ser extremamente desconfortável (você pode ir com uma galinha no seu ombro ou com uma criança desconhecida no colo), é perigoso. Não fui nele, mas quem foi adverte: é uma experiência boa, mas se for feita, vá de galera.

O Super Pullaman até que é limpo e tem ar-condicionado, que vira um gelo depois de algumas horas de viagem; eternas diga-se de passagem. Saímos por volta de 16h, 16h30, de Quijarro para chegar em Santa Cruz umas 10h da manhã do dia seguinte. Dores nas costas, noite mal dormida e corpo sem banho. Era só o começo da aventura.





próximo capítulo: Santa Cruz de la Sierra
*imagem: de uns dos membros da excursão (esqueci de quem eu peguei)

3 comentários:

Eduardo Ferreira disse...

uma delícia essa narrativa.
mas aqui abro um parêntese... José Cuervo por 8 dólares?! Onde você escondeu a caixa?

Anônimo disse...

Nooossa, será que tinha maneira melhor de conhecer a Arlete digo, a Maíra? Do que em Puerto Quijarro? Creio que não...Hahaha. Foi excelente, até o dia seguinte.
Não comentarei o Trem da Morte além do que você comentou. Só vivendo aquilo mesmo. Loucura.

Beijão Maíra Linda!

Salve Jorge disse...

Eu bem sabia
QUe não ia ser um trem
Que ia te deter
Sei que vais além
Mesmo se preciso padecer
És mais forte que a morte..