"Eu fui fazer um samba em homenagem
à nata da malandragem,
que conheço de outros carnavais.
Eu fui à Lapa e perdi a viagem,
que aquela tal malandragem
não existe mais..."
Homenagem ao malandro - Chico Buarque
à nata da malandragem,
que conheço de outros carnavais.
Eu fui à Lapa e perdi a viagem,
que aquela tal malandragem
não existe mais..."
Homenagem ao malandro - Chico Buarque
E assim começava o sambinha do Chico, no mesmo lugar de sempre, cheio de rostos novos e desconhecidos, e com uma saudade ferrenha, abafada pelo som do surdo.
Ainda posso me arrepiar lembrando da dança no salão. Uma noite fria, de algum mês perdido no tempo e na lembrança de tanto lembrar. Naquela época, nem sabia das malandragens de amor, muito menos dos delitos que cometem nos corações.
O amor chega assim: com um olhar atento, cheio de colares no peito, com a blusa aberta aparecendo os pêlos; de calça branca, acompanhada por sapatos da mesma cor. O bigode, impecável, como a blusa bem passada listrada.
O amor bebe cerveja gelada, mas não dispensa uma cachaça. Tá sempre com um cigarro na mão, na outra violão.
O amor te pega pela cintura e rodopia por todo salão, cheira o cangote e te lasca um beijo. Daqueles de cinema ou de música dor de cotovelo.
A noite cai e o Sol se levanta preguiçoso, levando o amor e suas malandragens, dando espaço para a saudade, chorar as mazelas nas cordas de um violão.
4 comentários:
:~
mah é cheia dos textos finos...
bonito demais nega.
O amor... samba enredo de muitas vidas. Inclusive da minha! Foram várias vezes o mesmo tema. E continua.
Beijos
Amor malandro
Cheio de meandro
Já chega versando
Vai nos levando
Envolvente
E há quem tente
Resistir
Apenas para desistir
Na boca do precipício
Amor malandro é um vício
E se não escapou no início
Agora fica difícil
Pela porta sair
È sempre ele que sai
E a gente que fica
Com um peito que se esvai
E uma dor que repica...
Pow, li esse texto e me deu saudade da minha neguinha.
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