quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Coisas de Festival (2008)

Mais um festival. O 41º para ser mais exata. O meu mesmo eu não sei qual é; perdi a conta. Mas dos poucos que fui e do muito que vi... Aff! Que repetitivo.

Assim, além daquele esquema pseudo-intelectual de palmas para frases pseudo-impactantes dos filmes, tem o pessoal de sempre. Pô, talvez eu esteja no hall do pessoal de sempre, mas ao menos sou discreta. Não uso bonés roxos, botas vermelhas ou echarpes azuis com bolinhas amarelas.

Tá, então, mais um festival. Fila quilométrica, atraso, gente no chão... Gente em todo lugar na verdade. Principalmente na porta. E se você quiser ver alguém no evento é só ir pra porta principal. Dez minutos é tempo suficiente para encontrar meia dúzia de colegas da época do segundo grau que se tornaram mais pseudo do que você poderia imaginar. Coisas na Universidade pública.

Dica pra não esperar muito: se você realmente quiser ver os filmes, vá para a sessão das 20h30 que começa 21h, porque é mais maneira já que os diretores apresentam o elenco fazem uma sinopse breve (ou não), porque é mais cedo e porque depois da sessão você poderá fazer a exposição da figura na Medina (vulgo Cine Brasília) na porta principal.

O festival pode ser classificado vários quesitos. Ressalto dois.

Roupa
Porque as pessoas não podem usar roupas comuns? Tipo jeans e blusa da C&A?
Mas não... as pessoas tem que juntar que há de mais exótico no armário e sair por aí achando que tá abalando. Tem gente que não saca "Menos é mais", já diria um fashion por aí.

Pânico de semi-conhecidos
Brasília+ um único evento barato+ badalado = gente pra caramba junta. E pior, conhecida.

Não adianta fugir, olhar pro lado ou fingir que o celular tocou. Sério, vai ser pior. Nada mais chato que ver um semi-conhecido na sua frente e se fazer de invisível. Cumprimenta, sorri. Educação é jóia rara nos dias de hoje (Ai ai ai ...Essa dica fica pra mim também).

Agora...
As premiações

Ano passado eu fiz um resuminho de cada filme que vi e soltei minha opinião sobre eles. Esse ano é complicado porque vi pouquíssimas películas já que fui vítima do marasmo coletivo que assolou o Festival nesse ano. Na segunda-feira, último dia de exibição, foi um horror: cheguei atrasada e vi cadeiras sobrando. O que será que aconteceu com a edição de 2008?

Documentários em excesso? Poucos nomes de expressão? A dúvida cruel fica no ar.

Abaixo os longas, médias e curtas que passaram nas sessões de 20h30 e 23h30.

À margem do lixo (Evaldo Mocarzel) – Desde do começo do Festival já sabia que ia levar o Prêmio do Júri Popular. Levou também o Prêmio Especial do Júri, o Prêmio Aquisição TV Brasil e o de melhor fotografia. Achei o filme bacana, mas tendencioso demais. As palmas no Cine Brasília para o discurso pró-Lula me irritaram. Assim como o papo de socialismo. Não sei. Tem certas coisas que não colam mais.

FilmeFobia (Kiko Goifman) – Melhor filme do Júri Oficial, melhor ator, melhor direção de arte e melhor montagem. Como no ano passado (com Cleópatra), o gosto do júri não encaixou com o do público. Desde o dia da exibição todo mundo criticou.

O milagre de Santa Luzia (Sergio Roizenblit) – Melhor trilha sonora e Prêmio Vagalume como melhor longa.

Siri-Ará (Rosemberg Cariry) - Melhor atriz, melhor atriz coadjuvante e melhor ator coadjuvante. Não vi por causa das críticas excessivas.

Ñande Guarani (Nós Guarani) (André Luís da Cunha) – Melhor som e Troféu Conterrâneos. O documentário é bem didático. Mas só. Não achei nada de demais.

Tudo isto me parece um sonho (Geraldo Sarno) – Melhor direção e melhor roteiro. As duas primeiras cenas apareceram na tela e eu desisti de ver o filme.

A arquitetura do corpo (Marcos Pimentel) – Melhor montagem.

A minha maneira de estar sozinho (Gustavo Galvão) – O filme do ex-aluno da UnB era um dos mais esperados. Decepcionou todo mundo.

A mulher biônica (Armando Praça) -

Ana Beatriz (Clarissa Cardoso) – Melhor roteiro. Gostei do filme. É bem leve e sem indagações intelectuais. Me lembrou o Café com Leite do ano passado. Senti falta disso nesse ano: leveza nos curtas.

Brasília (Título Provisório) (J. Procópio) - Prêmio Júri Popular. Achei bobo. Fui assistir com certa ressalva porque antes de entrar na sala me disseram ser homofóbico e racista por causa de declarações da película. Tais declarações são sutis, mas me levaram a um outro questionamento: quantos preconceitos se tornaram banais? Chamar o amigo de viadinho pode ser engraçado, mas e quando há um homossexual presente? Ele certamente não acharia graça de algo que se tornou tão banal. Um olhar mais treinado viu facilmente os traços homofóbicos do filme.

Cães (Adler Paz e Moacyr Gramacho) – Melhor ator, melhor fotografia, melhor curta e Prêmio da Crítica. Não entendi lhufas, mas, sem dúvida, mereceu o prêmio de melhor fotografia.

Cidade Vazia (Cássio Pereira dos Santos) –

Minami em close-up – A boca em revista (Thiago Mendonça) - Melhor direção. Achei interessante por mostrar temas que quase ninguém sabe: os filmes da Boca do Lixo e a revista Cinema em Close-up.

Na Madrugada (Duda Gorter) – Melhor atriz melhor curta pelo Pêmio Vagalume. Lindo. O melhor curta do evento. Conta a história de amor de duas mulheres de meia idade. Ana Lúcia Torre mereceu demais ganhar o prêmio de melhor atriz.

Nº 27 (Marcelo Lordello) -

Que Cavação é Essa? (Estevão Garcia e Luís Rocha Melo) -

Superbarroco (Renata Pinheiro) – Melhor filme pelo Júri Oficial, Prêmio Aquisição Canal Brasil. Tão confuso quanto Cães. Talvez não esteja preparada para análises cinematográficas tão abstratas.

*esse texto também pode ser lido em http://www.estudiocapital.com.br

4 comentários:

Salve Jorge disse...

Se o Festival
Vai ficando mais banal
Menos sensacional
Tão documental
Coisa e tal
Só impactando no jornal
E no mesmo velho pessoal
E com a mesmas indiossincrasias no final
Menos mal
Que durante uma semana
A gente explana
E só se encana
Com cinema... :)

Peu Lucena disse...

Post da Maíra também publicado no www.estudiocapital.com.br

Beijoks Maíra...
Trouxe a leveza e a descontração que o projeto tava precisando....

Peu Lucena

Anônimo disse...

Iuuuuuu... Colaboradora do Estúdio Capital... Linda a logo de lá...

Amanda Carvalho disse...

Nossa ótimo resumo de todo aquele circo! Esse ano nem fui... nem animei! Mas eu aqui em casa lendo sua crítica já tá bom! Isso das roupas é ÓTIMOOOOOOO sempre me senti uma mutante naquele lugar, com meu pretinho básico! Sei lá se eu tenho estilo de menos ou o povo que exagera...