quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Black Power



"I have a dream that my four little children will one day live in a nation where they will not be judged by the color of their skin but by the content of their character. I have a dream today!"




(Eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas crianças um dia poderão viver em uma nação onde eles não serão julgados pela cor de sua pele, mas pelo o conteúdo do seu caráter. Eu tenho um sonho hoje!)
Martin Luther King Jr.





Muitos me disseram para não torcer para o Barack Obama porque não moro nos Estados Unidos e por tampouco ser norte-americana. Mas se há brasileiros que torcem pro Milan, Real Madrid, Manchester United (comparação esdrúxula) por que não posso torcer para a política norte-americana?

Pois bem, deixem-me torcer para quem eu quiser.

Torci para o Obama mesmo com algumas falhas, como a falta de uma política consistente para a América do Sul. Mas, apesar de tudo, eu queria ele no poder dos EUA.

Muitos reclamam do excesso midiático e do teatro sobre o fato de Obama ser negro. Acho ótimo. Após 43 presidentes e mais de 200 anos depois um afro-descente é o homem mais poderoso da nação mais poderosa do mundo.

Muitos me questionaram porque não apoiar Hillary Cliton, afinal, ela é mulher. Porque antes de ser mulher sou negra. É a minha cor de pele que me caracteriza, que move. “É a tua cor que eles olham”, já diria a música. Justo, é ela que se destaca, que grita, pedindo passagem.

Todo esse alvoroço não é vão. Porque...

Quando Jesse Owens calou a boca de Hitler...
Quando três ativistas negros foram assassinados no Mississipi por um membro do Klu Klux Klan...
Quando Rosa Parks se negou a ceder seu lugar no ônibus para uma mulher branca...
Quando Martin Luther King proclamou o clássico I had a dream...
Quando Obama ganhou as eleições deste ano...

Representaram, de alguma maneira, que algo pode ser mudado.

Quando os discursos raciais não se fizerem mais necessários, talvez seja o sinal que alcançamos o sonho de Luther King. Um sonho traçado de pouco em pouco, com pitadas de rebeldia, equilíbrio e luta.


**arte: Cláudio Fonseca

7 comentários:

Eduardo Ferreira disse...

a maior campanha eleitoral dos EUA, o melhor uso de marketing, foco em argumentos e contra-argumentos e um discurso que ficou marcado nos olhares carregado de lágrimas dos que ouviam.

"vocês venceram."

ficou perfeito esse texto mah.

Anônimo disse...

..Ainda bem..

Anônimo disse...

Olá Mah

Cheguei aqui por acaso... fazendo algumas buscas no google.

Muito legal seu blog e seus textos.
Eu torci para o Obama; e como eu sou viciado em Fórmula 1 também torci para Lawis Hamilton vencer o campeonato.

Não sei, mas acredito que aquela "aversão" que porventura ocorre contra os EUA e seu povo possa diminuir apartir de agora. O que voce acha?

Foi legal (e emocionante) o final do "Bom dia Brasil" exibindo as imagens da campanha e do discurso de Obama e tocando a música do U2 "Beautiful Day".

O sonho de Martin Luther King pode ser a realidade com Obama.

É isso aí.
Um abraço.

Anônimo disse...

Como é bom ler seus textos Mah! Eles são transparentes, profundos e bem escritos.

Beijão!

Mah disse...

Olá Júlio!


Obrigada pela visita e pelos elogios.

Não sei se essa aversão realmente possa diminuir, mas como boa sonhadora, espero que as coisas melhorem.

Abraços!

Anônimo disse...

As coisas hão de melhorar...

Salve Jorge disse...

Quem me perdoe o Obama
Mas eu sou fã é do Obina...

P.s - Adorei o texto do correio que você me mandou... :)