sábado, 8 de agosto de 2009

Música pra pular pernambucana (MPPP)

Quero voltar a escrever mais, contudo, confesso: blog enche o saco. Por mais que as pessoas escrevam bem, elas se tornam repetitivas. Um texto bom aqui, outro ali, mas a fórmula permanece a mesma. Fato. Quero tentar fugir da minha fórmula e espero conseguir. Será uma tentativa distribuída em alguns textos com temáticas variadas: música literatura, cinema, ficção...Vamos ver no que dá. Mãos à obra!

Música (neste caso, pernambucana)

Não sou uma expert em Chico Science, Nação Zumbi, Mundolivre S/A, mas sei que eles são expoentes do movimento Mangue Beat* que influenciou gerações de todos os cantos do país. Assim, é impossível falar de música sem citar a tendência que nasceu (e morreu?) na década de 1990. Eu particularmente não creio que ele esteja morto. Está vivíssimo e se reproduz involuntariamente em cada nova banda pernambucana que surge.

E esses grupos estão conquistando o país, e claro, Brasília. Outro dia escrevi um texto sobre a Orquestra Contemporânea de Olinda que ganhou o título de Brasília, nação pernambucana (valeu Yale!). Melhor impossível, já que a cada dia que passa o quadradinho no meio de Góais ganha novas cores, formas e parece ganhar um novo sotaque.

Orquestra Contemporânea de Olinda, Mombojó, China, banda Eddie, Cordel do Fogo Encantado, e outros tantos. Eles chegaram aqui até desconhecidos, como a Catarina Dee Jah, mas ganham o público com os acrodes bem elaborados e claro, com a batida única criada por Science.

Por exemplo? Mombojó. Os meninos de classe média era sete, hoje são cinco, mas continuam produzindo um som facilmente classificável de world music. Música do mundo? Não... Música do mundo é muita coisa. Não que não sejam muito, mas vão além, são específicos.

Escuto o quinteto e reconheço facilmente Los Hermanos, Tom Jobim, Nação...Rock? Sim. Bossa nova? Sim. Surf music ? Sim, Mombojó é um caldeirão de influências que reflete o clichê da globalização do século 21. A mistura deu certo, não há como negar.

Outra mescla bem sucedida é a Orquestra Contemporânea de Olinda que juntou a nova e a velha guarda do cenário musical olindense para fazer o melhor. Comparados ao grupo cubano Buena Vista Social Club, a big band brasileira (são 10 integrantes!) resgata músicos pernambucanos e dá visibilidade a eles. Canto da sereia é de Osvaldo Nunes, famoso na década de 1960, 1970.

Voltando um pouquinho ao Mombojó. Os quatro integrantes da banda, junto com o China (outro cantor muito bom lá da terrinha) criaram uma banda chamada Del Rey. O nome faz homenagem ao rei Roberto Carlos. Genial. Até em cover os caras são bons. Neste ano de comemoração de meio século (só de carreira) de RC é uma boa conhecer o trabalho do cantor de Cachoeiro de Itapemirim com um sotaque diferente. Será uma surpresa para o pessoal que acha que RC só tem música dor de cotovelo.

Para completar a lista tem Bonsucesso Samba Clube, Mestre Ambrósio (que tinha Siba na sua formação, quem criou outra banda superbacana: Siba e a Fuloresta), Academia da Berlinda, Buguinha Dub, enfim, muita gente fazendo somdubom. Seja com samba, com rock, maracatu, guitarras, pífanos e rabecas.

Tudo isso mostra parte da produção diversificada feita no estado.

O baile não pode parar, como diriam lá.


*Manguebeat (também grafado como manguebit ou mangue beat) é um movimento musical que surgiu no Brasil na década de 90 em Recife que mistura ritmos regionais com rock, hip hop, maracatu e música eletrônica. (fonte wikipédia)

2 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns por tentar reiventar-se através das letras.

Beijão.

Salve Jorge disse...

"Esse corpo de lama que tu vê
É apenas imagem e som..."

:)

Eu gosto do antigo estilo

Gosto do novo

Gosto do ser, tento quanto do estar... :D