terça-feira, 28 de julho de 2009

Do parto eu parti

Partida em pedaços, me procuro e não me acho. Tô espalhada por caí em cacos, tentando achar meu espaço. O futuro chegou e com ele um frio na barriga. Muita coisa deu certo até agora e depois? Os ares continuarão fluindo?

Parto para um novo ponto. Em breve, não agora. Os passos....Ah o caminho. É ele que conta e não o destino, diria Mia, minha eterna inspiração. Ele e outros tantos são partes desses pedaços espalhados por aí. Peças do quebra-cabeça da vida.

Eu sonhei muito e cheguei a ter um tempo da utopia. Naquele momento eu jurava que mudaria o mundo. Era e eu mais nove. Éramos os dez mais. Hoje...não sei o que somos. Somos dez em cantos distintos. No mar, no sertão. No ar, com os pés fincados no chão. Nossos desejos se transformaram da mesma maneira que nossos rostos, nossa trilha e nossa esperança.

Ainda acho que posso mudar, tenho aspirações que podem ser possíveis com garra e fé. O mundo real está de portas abertas e com um outdoor na porta dizendo “entre e seja bem-vindo”.

Vou nascer de novo, com o mesmo corpo, mas com olhos e coração mais atentos. Em busca de luzes e sons mais doces capazes de tirar toda a angústia de ver o futuro bem aí e não saber o que fazer com ele.

4 comentários:

Eduardo Ferreira disse...

estou sentindo uma conversão para a mesma pauta em diversos rostos. me disseram que crises são boas, pois estimula avanços. já que os acomodados nunca estão incomodados com a situação presente.

achei um alívio esse devaneio.

Ataide disse...

Eu falei... No tempo da utopia, vcs eram tristes por eu ainda não existir...

Jaque. disse...

Sempre fui "sonhos ambulantes". Muitas vezes de frente a alguma decepção me agarrei em sonhos para que a dor fosse apaziguada... Mas de repente sonhar já não era suficiente para uma vontade mais concreta.... Nesse caminho onde deixei pessoas para trás, pedaços de mim como a lembrança de um sorriso ou gargalhadas descompromissadas na memória de amigos que seguiram caminhos opostos. Há pouco tempo consegui duas coisas que sempre sonhei em Brasília. Uma dessas fui até buscar em outro lugar fora daqui. Mas enfim Brasilia conseguiu me ganhar com maestria. Estive angustiada depois que passou o alvoroço da comemoração. Uma idéia de "o que eu faço agora?" e a angústia foi embora exattamente quando me vi sonhando de novo.

Salve Jorge disse...

E é assim
Entre tanto sem fim
Que mudam as flores
Reconfiguram-se as dores
Lembranças de amores
Mas nunca o mesmo jardim
Restam os sabores
Dos antigos louvores
Bons e velhos atores
Que tenho pra mim
Foram autores
Foram sim
E ainda o são...